A alcoolemia representa a concentração de álcool no sangue e constitui um dos principais indicadores utilizados para avaliar o grau de intoxicação alcoólica de um indivíduo. Este artigo analisa a definição de alcoolemia, os seus níveis típicos e os efeitos fisiológicos e comportamentais associados ao consumo de álcool.
A compreensão da alcoolemia é essencial para profissionais de saúde, juristas e sociedade em geral, dado o impacto do consumo de bebidas alcoólicas na saúde pública, nos acidentes rodoviários e em contextos sociais diversos. Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS, 2020), Portugal apresenta uma das maiores taxas de consumo de álcool per capita na União Europeia.
A alcoolemia é definida como a quantidade de etanol presente no sangue, geralmente expressa em gramas por litro (g/L). A medição pode ser realizada através de análises sanguíneas ou pelo uso de alcoolímetros. Em Portugal, a taxa legal de alcoolemia para condução é de 0,5 g/L, sendo reduzida para 0,2 g/L para condutores profissionais e recém-encartados (IMT, 2023).
A alcoolemia é influenciada por diversos fatores, incluindo:
Os efeitos da alcoolemia variam consoante o nível de concentração de álcool no sangue:
Segundo Figueiredo (2017), os efeitos do álcool no sistema nervoso central estão diretamente ligados à sua capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica, interferindo nos neurotransmissores como o GABA e o glutamato.
O consumo repetido de álcool, mesmo em níveis moderados, pode originar consequências crónicas como:
Pita e Ribeiro (2019) destacam que a exposição prolongada ao álcool induz neuroadaptações que sustentam a compulsão e a perda de controlo sobre o consumo.
Em Portugal, conduzir com alcoolemia superior aos limites legais é considerado contraordenação grave ou crime, consoante o valor registado. O álcool está envolvido em cerca de 30% dos acidentes rodoviários com vítimas mortais (ANSR, 2022).
A alcoolemia é um indicador fundamental para avaliar o impacto do álcool no organismo. Os seus efeitos dependem de vários fatores individuais e do padrão de consumo. A sensibilização da população para os riscos associados à alcoolemia é essencial para reduzir os danos provocados pelo álcool e melhorar os indicadores de saúde pública.